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Um olhar para a saúde pela visão sistêmica


“Nossa mente inconsciente assim como nosso corpo, é um

depositário de relíquias do passado.”

C. G. Jung

Para onde olhamos primeiro quando precisamos da cura? Olhamos para onde algo dói. Ou seja, olhamos primeiro para o nosso corpo. É no corpo, acima de tudo, que esperamos por alívio. Além de nosso corpo, nossa alma e nossos sentimentos também desempenham um papel importante na cura.


Muitas vezes, sentimos a dor na alma de forma ainda mais intensa que as dores corporais. Quais são geralmente as dores da alma? Quase sempre, são dores causadas por uma separação no presente, ou vêm da lembrança de separações ocorridas no passado, muitas vezes em nossa infância. Tais dores são experimentadas como traumas. Principalmente em casos onde somos expostos a elas de forma desprotegida, sem poder nos afastar delas.

Essas dores advindas de separações são armazenadas em nosso corpo, podendo ser resgatadas a qualquer instante, por exemplo, através de imagens internas capazes de evocar sentimentos passados, sem que precisemos lutar contra isso.


Nesse momento, nosso comportamento perante as pessoas muda. Sem estar imediatamente conscientes disso, esperamos por uma nova separação que virá. Ao mesmo tempo, nosso corpo reage de uma forma que faz algo nele se apertar. Ficamos apertados. Por exemplo, perdemos o apetite ou não conseguimos respirar direito. Ou então, nosso coração dói e fica apertado. Ao invés de nos movimentarmos, ficamos sentados ou até mesmo de cama. Nossa força vital e nossas esperanças de uma vida feliz esmorecem. Tornamo-nos tristonhos e fisicamente doentes.


"A doença em nosso corpo encontra-se no fim de uma cadeia. Começa na alma, pois é da alma que vêm os movimentos do amor que nos levam às pessoas doentes, que desejam nos vincular a elas" Bert Hellinger.


Você sabia que podemos constelar um sintoma?

Na constelação de sintoma a doença não é vista como um problema, sua função é uma tentativa de solução. O sintoma também pode estar apontando para uma atitude ou movimento que a pessoa está evitando.

"Somente quem se harmoniza com o passado fica livre para o futuro"


Em uma constelação de sintoma, olhamos para a solução.

É necessário introduzir um representante para o sintoma e deixar que o sistema apresente a dinâmica que está além da doença.


As doenças não são individuais, reduzir a doença a uma pessoa é uma ilusão, pois ela não se refere a uma parte, mas a toda uma família. Uma doença é sempre familiar.

Já que por meio delas estamos conectados com algo essencial da família. Elas têm um fluxo espiritual e quase sempre representam pessoas que foram excluídas da família. Só que nós lidamos com as doenças da mesma forma como a família lida com a pessoa excluída: queremos nos livrar dela e, assim, permanecemos no mesmo movimento que tornou a pessoa excluída.


Um órgão está doente (enfraquecido) muitas vezes porque trabalha por duas ou três pessoas: a própria e as que foram excluídas, ou os gêmeos que não nasceram, quando se coloca um representante para a doença, pode-se perguntar: “quem ela está representando?”


Deve-se observar a doença pelo lado físico, pela dinâmica interior da alma e pelo ambiente no qual a pessoa vive, inclusive psíquico.

O processo de cura é ajudado se colocarmos em ordem, da melhor forma possível, o que aparece em desordem, incluindo as pessoas que pertencem ao sistema, respeitando os que foram desprezados, despedindo-se e deixando ir embora os que já se foram, transformando a culpa em ação.


A saúde está no espaço que vai além do pertencimento da família: ter saúde é crescer para além da família.

O mesmo amor que leva à doença, o faz sair dela, após o reconhecimento. O respeito é mais intenso que o amor, porque possibilita transformar o amor em cura. Só através do respeito, a dignidade do outro é preservada.


Onde começa a cura?

Em primeiro lugar na alma, através da cura das dores da separação do passado. Retornamos às pessoas das quais nos sentimos separados de forma dolorosa. Dessa forma, retornamos também à esperança.

Essa compreensão se manifesta como verdadeira em diversos sentidos nas Constelações Familiares. Todavia, o amor que leva à doença é diferente do amor que cura. Diferentemente do amor que sentimos em nossas relações, o amor que cura é um amor do espírito.


A cura: tornar-se saudável, permanecer saudável / Bert Hellinger; tradução de Daniel Mesquita de Campos Rosa. - Belo Horizonte, Atman: 2014. p. 144


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